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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Proprietários consideram devolver 'Last Edition' se Kombi seguir em linha


Até a tarde desta quarta-feira (11) felizes e orgulhosos por terem uma Kombi Last Edition estacionada na garagem, alguns dos colecionadores que desembolsaram R$ 85 mil pela versão de despedida do modelo agora estão angustiados: a série comemorativa limitada a 1.200 unidades pode não ser de fato a “última edição”, como sugere o nome. Isso porque o governo federal estuda a possibilidade de adiar a obrigatoriedade de 100% dos carros nacionais saírem de fábrica com freios ABS e airbag, equipamentos de segurança incompatíveis com o projeto de 65 anos da Kombi – e que haviam motivado a aposentadoria do veículo após 56 anos de produção nacional. 

A Volkswagen, por sua vez, não deixa claro se a possível mudança de regras pode dar mais tempo de vida à Kombi. “A Volkswagen do Brasil atende plenamente à legislação vigente. A empresa seguirá toda e qualquer nova regra a ser aplicada para o setor automotivo”, afirma a montadora em comunicado oficial.

Por ora, a medida entrará em vigor no dia 1° de janeiro e encerrará a fabricação também dos populares Fiat Mille e Volkswagen Gol G4. O governo promete uma decisão até a próxima terça-feira (17) e, caso opte por adiar o cumprimento da lei, a Fiat e a Volkswagen poderão manter esses modelos em linha ou aposentá-los – destino que a Volkswagen já havia sentenciado para a Kombi. A Fiat diz que aguardará um posicionamento oficial do governo.

“Estou em dúvida sobre o que vai acontecer”, diz Leonardo Pierucci, comerciante dono da Last Edition número 403. “Vou exigir algum tipo de indenização, já que toda a campanha de venda da Last Edition esteve embasada em ser a última edição da Kombi”, avalia Pierucci.

Já Daílton Prado, colecionador de Cuiabá (MT), garante que cancelará a compra: “Depois de uma luta gigantesca, consegui uma Kombi Last Edition, que já está faturada e vai chegar à minha cidade no dia 16. Mas fui à concessionária onde comprei o carro e avisei que o negócio não será concretizado se a Kombi permanecer em linha por mais dois anos”.

Solução similar tentará o engenheiro civil Otávio Costa, que não comprou apenas uma Last Edition, mas duas. “Fiz a reserva de duas unidades para não correr o risco de ficar sem nenhuma, e não por investimento. Ia repassar a algum amigo que não conseguisse comprar, por exemplo. Mas, se a decisão for mantê-la em produção, quero devolver (as unidades), alegando propaganda enganosa”, promete Costa, afirmando que se sentirá "traído" caso a Volkswagen reverta a aposentadoria do utilitário.

Há, no entanto, quem descarte a possibilidade de vender a Kombi, como o colecionador Alexandre Arruda Pires, dono também de um New Beetle Final Edition. “Para mim, não faz diferença, porque o carro me dá muita alegria. E uma edição especial sempre será valorizada. Mas acho sacanagem se continuarem”, afirma o advogado.   

Empresário habilidoso, o presidente da Kia Motors do Brasil, José Luiz Gandini, também promete manter a sua na coleção: “Agora é que não é hora de vender mesmo, com a Last Edition valendo o mesmo que uma Standard”, brinca o dono do exemplar 004.

Amor incondicional

A possível manutenção de produção da Kombi pode causar certo desgosto aos colecionadores: “Hoje há um sentimento estranho de ter algo na garagem que pode ser a maior furada da história”, lamenta Pierucci. Mas a paixão pelo veículo seguirá intensa no colecionador, dono também de uma Kombi 1964: “Não posso dizer que meu sentimento pela Last Edition mudará”.

Embora afirme que, caso a Kombi continue em linha, tentará devolver uma das duas unidades da Last Edition que comprou, Costa já tenta trocar uma delas por outro modelo: uma Kombi alemã ano 1976, que se juntará às outras 11 que ele tem em sua coleção.

Fonte: G1

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