sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Como ter um bom Fusca


Com mais de 2,2 milhões de unidades vendidas no Brasil ao longo de cinco décadas, o Fusca fez parte da vida de muita gente. E ele continua arrebanhando novos fãs, seja pelo fato de o primeiro Volkswagen ser uma porta de entrada para o mundo do antigomobilismo ou simplesmente por amor ao carro.

Só que achar um Fusca não é mais tão simples. Sem contar que a maioria deles ou tem muita coisa para ser arrumada ou está em excelente estado de conservação e se torna 'colecionável', com preços estratosféricos.

Logo, deixar o simpático 'besouro' de um jeito com o qual o proprietário consiga se orgulhar pode ser uma tarefa complicada.

Expert em automóveis antigos, o consultor José Ricardo Oliveira destaca que o nível de exigência aumentou muito na área. 'Antes não era preciso se preocupar com muitos detalhes', afirma ele, que diz que seus clientes pedem serviços cada vez mais completos.

'Para uma restauração bem feita, é comum gastar R$ 30.000', comenta o colecionador Julio Carotta Filho, dono de cinco Fuscas, de três décadas diferentes. 'Às vezes é preciso trazer peças do exterior. Por isso prefiro comprar um carro pronto.' Nesse caso, todo o cuidado é pouco. 'Uma restauração malfeita pode fazer o automóvel perder valor, declara Walter Abramides, sócio da Garage Web, tel. (11) 3222-1424, na Barra Funda, que mexe com Fusca e outros modelos VW a ar há 23 anos.

'Para restaurar é preciso ter tempo e paciência', aconselha o comerciante Renato Stein, do alto da experiência de quem tem oito Fuscas, sendo que dois deles estão em processo de reforma.

'Contudo, ainda dá para fazer um Fusca mais acessível, com um nível de exigência menor', afirma Oliveira. Até porque um modelo já reformado pode custar mais de R$ 50.000, principalmente se for dos anos 50, quando o carro começou a ser vendido por aqui.

Mas nem sempre os valores são tão altos. 'Dá para achar um Fusca das décadas de 60 ou 70 bom para reformar de R$ 7 mil a R$ 10 mil', estima Abramides.

Já uma restauração simples não costuma sair por menos de R$ 5.000 em sua oficina, que trabalha com mecânica e as partes mais delicadas no Fusca: funilaria e pintura. 'A mecânica costuma ser bem mais fácil de arrumar', opina Stein.

A exceção são os motores 1200, encontrados nos modelos até 1966. 'Esse é mais difícil por as peças serem raras e caras', afirma Guido Ferrari, da Auto Mecânica Guido (6693-5234), na Mooca.

'Em alguns casos é preciso até mandar fazer algum componente', afirma Gian Bindi, da oficina mecânica que leva seu sobrenome (3884-4993), na Vila Mariana.

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